Biblioteca Freudiana de Curitiba

CARTÉIS

      O cerne da proposta lacaniana para um cartel é de que se produza um novo saber. É uma proposta inovadora da criação de um dispositivo que Lacan julgara ser o mais adequado para promover o avanço do trabalho na transmissão da psicanálise.

     Que o laço que enoda os cartelizantes não seja da ordem da identificação, mas de uma transferência de trabalho que una os integrantes deste dispositivo, pelo interesse em comum em um tema específico.

    A lógica que rege o cartel é a falta de um saber acabado, concluído e totalizador, que possibilitará a elaboração pessoal e o vínculo particular de cada membro do cartel com a Escola, sustentado no desejo de saber. Por isso, e devido a esta particular questão, a Escola se coloca como uma instância fora da questão que envolve a demanda por esse trabalho. Desta forma a mesma , apenas oferta a possibilidade para que isso ocorra. 

    Ao final do percorrido, a intenção é que se produza individualmente uma escrita que será fruto do trilhamento de cada um, pelo tema que o interrogou e se transformou numa questão de cartel. 

Serão portanto apresentados para a comunidade psicanalítica os trabalhos escritos no chamado Desenodamento de Cartel. 

    O Mais-Um é um dos analistas que ocupa essa função na instituição e é convidado a acompanhar a trajetória dos integrantes do cartel. Sua posição não é de mestria, ele mais instiga que porta um saber. No dispositivo de Cartel, a conjunção se dá dentro das possibilidades que vão de 3 + 1,  4 + 1 ou 5 + 1, não somando 4, 5 ou 6, justamente porque o “um” do traço unário não é o um da união, o que viria para completar o grupo, ao contrário, vem para descompletar para que cada sujeito ocupe seu lugar de saber. 

      O saber precisa circular entre os cartelizantes, e por isso ele é encarregado de intervir em possíveis fenômenos de grupo e de provocar a elaboração dos participantes. 

      Lacan, no seminário RSI, propõe  a ideia do cartel enquanto uma estrutura borromeana. E dentro desta lógica, propomos que, se um dos integrantes desiste deste percurso, o cartel desenoda. 

       O que se espera e o que se tem como possibilidade em primazia no trabalho do dispositivo de Cartel é, que cada um, tome distância do imaginário, saia da posição confortável que ele produz, na ideia de grupo, que põe obstáculo ao desejo de saber, para interrogar o real do discurso analítico e assim, poder elaborar uma escrita como produto do trabalho em cartel.

       A BFC possui, ainda, mais dois espaços para dirimir questões que emergem referente ao andamento e funcionamento dos cartéis: a Reunião Intercartéis e a Clínica do Mais-Um.

Maiores informações entrar em contato com Fábio Luiz Dias e Nilma C. S. Bittencourt via e-mail da Bilblioteca Freudiana de Curitiba.

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Mensalidade: R$90,00

Participantes da BFC: R$70,00 

Membros da BFC : isentos 

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*10% de desconto para pagamento até o primeiro dia útil do mês.